domingo, 4 de março de 2018

A prosa do Vítor Serpa lampeão em A Bola

A prosa da rainha de Inglaterra
Os leitores de A Bola foram ontem surpreendidos com a crónica do FC Porto-Sporting, desta vez assinada por Vítor Serpa, o diretor do jornal que, na realidade, não assistiu ao jogo, uma vez que não há registo de alguém o ter visto no Estádio do Dragão. É um texto que faz eco a tudo o que de pior se tem dito sobre o FC Porto – o mérito dos Dragões é reconhecido apenas “apesar de tudo”; um lance em que a maioria dos especialistas de arbitragem (entre os quais, segundo consta, não se encontra Vítor Serpa) diz que não há falta de Diogo Dalot é, para Serpa, um erro que “não deixa margem a qualquer dúvida” - e faz jus à tradição recente de uma publicação que abdica de princípios básicos do jornalismo para transmitir pseudonotícias pejadas de factos falsos, com os quais as partes em causa não são confrontadas (não se vá dar a chatice de tudo ser desmentido e a pseudonotícia morrer à nascença…).

Quando vai a Westminster, ao Parlamento, proferir o seu discurso anual, a rainha de Inglaterra limita-se a ler um texto que é efetivamente redigido pelo governo. Não nos passa pela cabeça, evidentemente, que a prosa de Vítor Serpa não seja da sua autoria. Mas que as ideias que difunde são iguais às que uma certa máquina de propaganda atira constantemente para a frente da ventoinha que utiliza para intoxicar a opinião pública, parece evidente. Ou, usando as palavras de Serpa, “não deixa margem a qualquer dúvida”.

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